Mylena Ciribelli trocou a Globo pela Record e estreia hoje, ao meio-dia, no ‘Esporte Fantástico’. A jornalista, que nunca foi a uma Olimpíada pela antiga casa, conta que o que pesou em sua decisão foi o fato de ser a número 1 da nova emissora. Aos 41 anos, ela assume que imagem conta na TV e compara jornalista a vinho: quanto mais velho, melhor.
O DIA — Você trabalhou por 18 anos na Globo e, no momento da renovação do contrato, optou por ir para a Record. Houve mal-estar?
Mylena Ciribelli — A Globo não esperava que eu fosse tomar essa decisão. Mas já recebi telefonemas de vários amigos de lá e sinto que eles estão contentes por verem uma colega começar uma nova empreitada. Não houve mal-estar, afinal sempre fiz o meu trabalho na emissora da melhor maneira possível.
—O que pesou nessa troca? O salário?
— Não. O que influenciou a minha decisão foi o fato de a Record ter me chamado para integrar seu núcleo olímpico. Vou participar de todos os grandes eventos esportivos como âncora. Jogos Olímpicos de Inverno, em Vancouver, Olimpíadas de Londres. Vou ser a número um deles.
—Em quase 20 anos de Globo você nunca esteve presente nesses eventos?
— Na Copa do Mundo de 1998, na França, eu fui. Mas não tive oportunidade de ir a Jogos Olímpicos.
— Sentiu frustração por isso?
— Frustração, não, porque geralmente os jornais eram ancorados do Rio mesmo e poucos repórteres viajavam. Mas é claro que poder presenciar isso pesou na minha ida para a Record. Os Jogos Olímpicos são o evento ‘top’ para um jornalista esportivo.
— No ‘Esporte Espetacular’, você dividia a apresentação com Luís Ernesto Lacombe e Cristiane Dias. Como é lidar com a disputa de ego?
— Eu sou uma pessoa tranquila. Tínhamos um entrosamento muito bom. Não fico me preocupando com o trabalho dos outros. Minha preocupação é fazer o meu trabalho bem feito.
—Você estreou na TV com 17 anos, na Rede Manchete. Mesmo com toda a sua experiência, rola ansiedade no momento de uma mudança como essa?
— Fácil não é. Toda mudança é complicada. Mas estou na expectativa para ver o que as pessoas vão achar do ‘Esporte Fantástico’. Teremos muitas reportagens especiais, quadros e eventos também.
— São quase 25 anos de carreira e você é considerada uma das veteranas no telejornalismo esportivo. A idade pesa, ainda mais se levarmos em conta a invasão de modelos nessa área?
— Sempre acreditei que o jornalista é como um bom vinho. Quanto mais o tempo passa, melhor. A idade não deveria pesar, mas a gente sabe que na TV a imagem é tudo. Por isso é importante cuidar da pele, manter o peso. Estou tentando ter uma rotina correta de exercícios.
—Consegue apontar o momento mais especial de sua carreira?
— São vários. Mas convivi muito com o João Saldanha no início da carreira e, quando ele morreu, fui a primeira a dar a notícia. Esse é um momento inesquecível. Até o ator Paulo Goulart já me disse que não se esquece da minha imagem dando esta notícia.
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